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Mostrando postagens de 2013

Reflexão para quem gosta de usar Cartão de Crédito...trecho extraído de "Capitalismo Parasitário", de Zygmunt Bauman.

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"A introdução do cartão de crédito foi um sinal do que viria a seguir. Foram lançados 'no mercado' cerca de 30 anos atrás, com o slogan exaustivo e extremamente sedutor de 'Não adie a realização do seu desejo'. Você deseja alguma coisa, mas não ganha o suficiente para adquiri-la? Nos velhos tempos, felizmente  passados e esquecidos, era preciso adiar a satisfação (e esse adiamento, segundo um dos pais da sociologia moderna, Max Weber, foi o princípio que tornou possível o advento do capitalismo moderno): apertar o cinto, privar-se de certas alegrias, gatar com prudência e frugalidade, colocar o dinheiro economizado na caderneta de poupança e ter esperança, com cuidado e paciência, de conseguir juntar o suficiente para transformar os sonhos em realidade. Graças a Deus e à benevolência dos bancos, isso já acabou! Com um cartão de crédito, é possível inverter a ordem dos fatores: desfrute agora e pague depois! Com o cartão de crédito você está livre para administrar

1967 em Caicó e no Mundo

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Sábado, dia 7, foi meu aniversário. Tenho 46 anos. Minha geração conheceu o reinado do telefone fixo e hoje convive com o celular. Conhecemos as máquinas de datilografia Remington e os computadores (passamos pelos toscos editores de texto DOS e todos os Windows, desde o 3.1). Apresento, abaixo, uma pequena lista do que estava acontecendo no ano de 1967, enquanto eu rebuliçava o ventre de Dona Mariquinha até meu nascimento. Muitos não sabem, mas em janeiro daquele ano, já se havia tentado restituir o direito às eleições diretas para presidente da República, negado pelos ditadores que tomaram o poder três anos antes, em 1o. de abril. Naquele mesmo mês, o The Doors lançou seu álbum de estréia, que fez algum sucesso de vendas na loja de discos de Seu Emílio Félix, em Caicó. Um mês depois, a Rádio Rural de Caicó fazia os ouvidos da juventude da cidade se deleitarem com os acordes de "Strawberry Fields Forever" e "Penny Lane", recém-lançado em compacto pelos

Uma pausa para, rapidamente, pensar no voto em 2014

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O cenário está aí: os DEMOS nem sabem ainda se apoiarão a candidatura da governadora. O pai do ex-namorado da Sabrina Satto quer ser candidato de todo jeito, mas é insosso e não tem voto, estrutura ou um partido, fortes o suficiente para essa pretensão. Os nomes fortes do PMDB, Garibaldi e Henrique, admitem, não têm interesse pessoal em saírem candidatos na majoritária. Por outro lado, uma possível candidatura de Wilma de Faria, pelo agora oposição PSB poderia ser um tiro no pé dela mesma, a não ser que viesse a ter o apoio (velado) do PMDB e do Prefeito Carlos Eduardo (já que o partido dele, o PDT, em princípio, apoiará a candidatura a presidente, do PT). Nesse cenário, a perspectiva de uma candidatura do PT ao governo, com a vice-governadoria de um dos partidos aliados, seria, de fato, uma ótima alternativa. Fátima ou Mineiro para o governo. Mineiro, com seu já conhecido desprendimento e compromisso partidários, havia se colocado à tarefa de ser candidato ao governo, abrindo

Ah...os deuses do futebol

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Ah, os deuses do futebol...caprichosos, desfiam sua misteriosa lógica, ora para axincalhar, ora para oferecer lições aos humanos, sempre tão ciosos de se acharem responsáveis lógicos pelas tramas que se desenrolam nos gramados. Pois não é que ontem, mais um capítulo foi escrito por esses deuses, nos deixando com o sabor de místicas que tornam o futebol algo bem mais palatável que apenas um esporte e entretenimento? Um clube grandioso, cujas estantes compõe-se de todos os títulos possíveis a um clube de futebol, iniciava o ano exposto ao sorriso humilhante de uma torcida cuja identidade primeira, muitas vezes, é, exatamente, o de ser anti-aqueleclubegrandioso. Para os seus fiéis seguidores, este ano se iniciava com a marca das dores e sofrimentos continuamente antecipados pelos gestores recém-eleitos, recitados como se conta um rosário infindo. E com esse espírito, foram chegando operários a se juntarem aos meninos saídos das categorias de base para defenderem um mínimo de dign

Revelações...

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O telefone chama. Ele atende e imediatamente lança a pergunta de sempre: "alô quem é?". Respondo com meu prefixo de quase sempre: "O homem que mais te ama no mundo!". A voz sai emoldurada em alegria, "Vovô Sandro!!!" e já emenda: "Vovô, quando você virá me visitar de novo?". E eu, já entregue à minha vaidade, "Dessa vez, amor, você que virá pra cá". Tento explicar a essa criaturinha de 4 anos recém completados: "Depois que passar o dia de Papai Noel e o Ano Novo, você virá pra cá, tá?". E ele anuncia soberano: "Vovô, tenho algo muito sério para contar pra você". "Diz meu amor", respondo ansioso. E ele me manda, na lata: "Vovô, Papai Noel não existe. Ele é uma fantasia. Minha mãe me falou"...O chão sumiu debaixo dos meus pés. Intentei uma reação racional e dizer que já sabia, mas podia soar como se eu tivesse sido cúmplice de uma grande mentira da qual ele escapou graças à inteligência de sua mãe

Sugar Man

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Em um dos meus últimos fins de semana tive o prazer de assistir um documentário intrigante, fantástico e comovente. Instei meu filhomaisvelhomaislindoquetenho, Cainã, a escrever alguma coisa. Ando pouco inspirado. Enquanto ele não escreve e minha inspiração não chega, deixo aqui um pequeno resumo da trama do filme que ganhou o Oscar de documentário de 2013. Abraços a todos e todas. À Procura de Sugar Man Título original: Searching for Sugar Man De: Malik Bendjelloul Género: Documentário Outros dados: SUE/GB, 2012, Cores, 86 min. A história de Rodriguez: sexto filho de imigrantes mexicanos (daí o Sixto), trabalhador da construção civil, grande admirador de Leonard Cohen, Dylan e Henry Mancini, edita dois álbuns, "Cold Fact", em 1970, e "Coming From Reality", no ano seguinte. Os discos recebem boas críticas mas passam despercebidos junto ao público. Pouco depois, o músico desaparece. Entretanto, cópias dos discos chegam à Austrália e à África do Sul. Nest

O terroir do Seridó, por Gabriela Sales

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Minha amiga de eras passadas, Gabriela Sales, escreveu este belíssimo texto sobre aspectos da culinária de minha terra. Uma delícia de texto sobre delícias de lá. "Ao viajar pelo Seridó encontramos culinária com assinatura própria. O seridoense preserva a autêntica cozinha que por sua expressividade, pode fazer bonito em qualquer lugar, pois, cozinha regional é uma tendência gastronômica no mundo inteiro, inclusive nas mesas mais exigentes. A cozinha do Seridó preserva e reconhece as tradições. Proporciona redescoberta dos bens culturais e materiais, auxiliando na organização da identidade do seu povo. Se caracteriza por sua singularidade. Não à toa, o povo seridoense se mantém orgulhoso da própria origem e especialmente de seus produtos. A culinária reconhecida é motivo de elevação da estima. Observo no Sertão do Seridó a preocupação com a preservação de maneiras de produção locais, onde muitos dos produtores temem a adequação forçada as normas da vigilância san

BLACK BLOCS: A ORIGEM DA TÁTICA QUE CAUSA POLÊMICA NA ESQUERDA, por Bruno Fiúza

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Olá pessoas, Reproduzo aqui artigo publicado no blog Viomundo , abordando o fenômeno dos Black Blocs, cujas táticas e formas de ação tem polarizado discussões e obrigado o aparelho policial-judiciário (especialmente no Rio e em São Paulo) agir com mais vigor. “O balancê, balancê. Escute o que vou te dizer. Geraldo fascista, vai se foder e leva o Cabral com você.” (Cantado por manifestantes em São Paulo) Black blocs, lições do passado, desafios do futuro Uma das grandes novidades que as manifestações de junho de 2013 introduziram no panorama político brasileiro foi a dimensão e a popularidade que a tática black bloc ganhou no país. Repito: dimensão e popularidade – pois, ao contrário do que muita gente pensa, esta não foi a primeira vez que grupos se organizaram desta forma no Brasil, e muito menos no mundo. Aliás, uma das questões que mais saltam aos olhos no debate sobre os black blocs no Brasil é a impressionante falta de disposição dos críticos em se informar sobre ess

O analfabetismo detectado pelo PNAD 2012

Olá pessoal, Reproduzo abaixo, os atalhos para duas matérias publicadas no UOL Educação, sobre a divulgação dos resultados do PNAD 2012, pelo IBGE, que aponta um leve aumento do índice de analfabetismo entre adultos no Brasil e que mereceu destaque no noticiário da imprensa em todo o país. Mas, não há o que se assustar diante desses indicadores. Os esforços em viabilizar uma melhoria das taxas de escolarização entre jovens e adultos não alfabetizados ou que estão "fora de faixa" (como se diz no jargão pedagógico) ainda são pontuais, desarticulados e com baixa intensidade frente aos desafios que se têm. As dificuldades abrangem um espectro amplo de questões e seu enfrentamento requer uma visão igualmente ampliada, tanto em termos de quantidade e qualidade das ações, como de seus protagonistas. O analfabetismo entre jovens e adultos no Brasil pode ser dimensionado a partir da observação de alguns processos decisivos: um, de natureza social, decorrente de décadas de negação

A NOVA HEGEMONIA, POR LINCOLN SECCO

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Reproduzo aqui, lúcido texto do professor de história da USP, Lincoln Secco (extraído do Portal Carta Maior ), que diz muito do que penso sobre o atual momento político. Abraços a todos e todas. "As manifestações de junho ainda deixaram um rescaldo. Não sabemos quando virá a nova onda. Embora generalizada, ela obrigou os prefeitos a tomarem medidas imediatas. Em agosto parece ter chegado a hora dos governadores. Descobriu-se rapidamente que a malversação dos recursos públicos é filha dileta do autoritarismo de Alckmin e Cabral, protegidos por anos pelo capital monopolista midiático. A onda chegará ao Congresso, ao judiciário e às Forças Armadas? Não sabemos. A onda sequer é uma palavra agradável desde que o filme alemão de Dennis Gansell Die Welle (a onda) recolocou o nazismo diante de nós. A imagem da onda é a da fúria e do caos. Para onde vão os manifestantes de junho se eles não têm partido? Do ponto de vista das classes sabemos algo sobre os manifestantes graças a ar

Cultura não é-vento ou como se fazer "política" cultural, por Rodrigo Bico

"Hoje vamos aprender como se faz uma grande atividade cultural para o seu estado. É uma receita de (in)sucesso inspirada na política do “Pão e Circo”. 1º Crie uma Secretaria Extraordinário (ou invisível) de Cultura e com isso burle a lei do Nepotismo. 2º Faça de conta que receberás todos os setores artísticos e/ou culturais do Estado, escute tudo que eles querem lhe dizer, não faça nada do que eles solicitaram. Após esta ação você vai ter um boicote “velado” a todas as suas ações. 3º Saia dizendo aos 4 (quatro) cantos que a Sociedade Civil não participa das suas ações e com isso vá fazendo o que você quer com a “pseudo-verba” que lhe é disponível no seu (Pro)Fundo Estadual de Cultura, assim ninguém cobrará nada de você (engano seu). 4º Utilize-se da alcunha do Cargo que ocupas e saia impondo de cima para baixo que todas as ações de toda e qualquer instituição pública, privada e de qualquer outra natureza (Secretarias de Estado, Sistema “S”, Universidades, projetos da lei C

POEMA DO NOVO AMOR

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Este poema é dedicado à dona desses olhos e de um vasto pedaço de meu coração, Sandra Rufino. Sequer pude pensar em anunciar rendição: você simplesmente chegou e se apossou do meu corpo como as vias paulistanas se apossam do caminhar dos anônimos como as mãos do arquiteto que rascunham formas na alma vazia do papel. Não tive tempo para pensar em guarda-chuva ou abrigo: você, temporal súbito, caiu sobre mim e me molhou inteiro. Minha boca, foi tomada pelo céu. Meu sol, engolido pela maravilhosa negranoite do teu corpo, minha morada e quintal.

Rádio Cidade Oculta: há 25 anos em Caicó

Poucos sabem ou se lembram, mas há 25 anos, em plena Festa de Santana (como a que se encerrou semana passada) entrava em funcionamento a primeira rádio FM de Caicó. Não, não foi a Rádio Rural FM, mas a Rádio Cidade Oculta. A primeira (e talvez única) experiência de "rádio pirata" ou "rádio livre" (como o pessoal do movimento se autodenominava) de Caicó foi um desdobramento de uma brincadeira de estudantes universitários residentes em Natal. O então estudante caicoense de Física Gilvan Azevedo e um outro estudante de Engenharia Elétrica (do qual não recordo o nome), ambos moradores da residência universitária já haviam montado o transmissor para divertimento próprio e dos residentes da Residência Campus I e II, ainda que o raio de abrangência dela (dado que a antena de transmissão ficava no alto do prédio da Residência II) abarcava boa parte dos bairros de Potilândia e Nova Descoberta. Mas a rádio funcionava esporadicamente, afinal, não era "legal" e a leg