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Mostrando postagens de junho, 2009

Entre quatro paredes, por Emir Sader.

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Entre tantas tarefas que (se)me consomem, tento, atento ao encerramento do semestre letivo, manter este blog atualizado, minimamente. Posto hoje um artigo do Emir Sader, de cujas posições tenho bastante proximidade pela lucidez de algumas análises, pela acuidade de algumas críticas - inclusive à esquerda (na qual ele mesmo se inclui). Assim, resolvi reproduzir aqui mais um artigo de sua lavra, sobre determinados posicionamentos de uma certa esquerdoida que se diz revolucionária. Abraços e boa semana a todos e todas. "Duas analises tem sido muito difundidas, ambas incorretas: uma acredita que a crise atual levou ao fim do neoliberalismo e condena o próprio capitalismo à morte. A outra afirma que todas as tentativas atuais – especialmente as latinoamericanas – de superação do neoliberalismo fracassaram ou tendem a fracassar, “traindo” os mandatos que receberam. Parecem analises contrapostas, mas são funcionais uma à outra. Porque remetem à idéia de que as condições de superação do c

O autismo cultural no RN, por Fernando Yamamoto

O querido e respeitado Fernando Yamamoto cutuca a(s) onça(s) e traz uma importante reflexão sobre os chamados "Autos" que mobilizam fortemente a agenda (e os recursos públicos) da área cultural de nosso Estado. Suas opiniões são consistentes e refletem o pensamento de boa parte daqueles e daquelas que são sensíveis às questões da política cultural local. Reproduzo aqui seu texto, publicado em 17/06/2009, no jornal Tribuna do Norte. "Há cerca de uma década assola no teatro potiguar uma onda de encenações ao ar livre, em geral montadas em grande estruturas, popularmente conhecidas por “autos”. Para quem jamais ouviu falar, a matriarca destes espetáculos é a famigerada Paixão de Cristo encenada na cidade pernambucana de Nova Jerusalém. Estes espetáculos normalmente têm por característica homenagear santos – em geral padroeiros das cidades onde acontecem –, mas também podem prestar tributos a fatos históricos, como o dia em que a polícia expulsou o bando de Lampião da cidade

Castanhas e Cajus

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Fui provocado por pessoas próximas a postar mais atentados poéticos de minha lavra. Aqui posto uma pobre tentativa de escrever um martelo agalopado. Digo pobre porque ele não obedece ao padrão clássico do que se classifica de Martelo Agalopado (uma, ou mais, estrofe/s de dez versos decassilábicos, bem ritmado - como um galope! -, marcando tônicas nas sílabas 3, 6 e 10, cuja estrutura rímica segue o esquema das décimas dos cantadores, ou seja, ABBAACCDDC.). Podem, então, chamar o meu de "martelinho"...Eu o escrevi há anos atrás, após ouvir uma bela história de um casal de namorados que viviam em lugares distantes e ele tentou (em vão) convencer uma funcionária dos Correios de mandar via postal, uma lembrancinha dele para ela: um quilo de cajus...Resolveu, então, chupar os cajus e mandar-lhe as castanhas. Bela declaração de amor...Quanto ao poema...bem...podem comentar depois...abraços a todos e todas. Tantos encontros cercam nossa história, um sonho, um som, um poema, uma vitó

Carta Lorosa'e 4

Me entrego a junho Sem saudades de maio Com esperanças em julho Sem medo de agosto Sem rastros de um março vazio. E de um abril de tempo fechado. Imaginando fincar meus dentes em ti amor, quando setembro chegar. E em outubro respirar fundo, Vendo novembro acordar para mim e dezembro abrir as portas de um novo ciclo. Sonhando janeiro entrando pela janela, Fevereiro feliz e carnavalizado. Um novo março e uma nova festa. Abrem-se as portas de abril e já me vejo maio adentro Planos e mais planos, Brinco com o tempo Para que ele não me consuma. Brinco para que as mágoas se chateiem E me abandonem... Me deixem olhando apenas para ti. Feliz. Esperançoso. Inteiro.