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Mostrando postagens de agosto 28, 2008

VENTOS E EXÍLIOS ELÍSIOS

O vento já não corria em minha volta... Já fazia tempo... E eu, cego, negava isso. Havia desespero no negar. Inconsciente...que me tornava minúsculo... A negação de mim...um exílio. Na verdade, nem ele percebeu que já não estava ao meu redor. Foi se desencaminhando... Levando consigo desejos, dores, arroubos, entregas e lembranças... Nesse desembestar-se, por vezes, soprou-se em outros cabelos, Em outras paragens, para ti, para alhures... Quando fui percebê-lo já não estava por perto, já não alisava meus cabelos, já não refrescava meu calor, apenas era brisa calma, tranquila... seu furor dedicava-se a outras praias. Ele havia se exilado de mim. E eu exilei-me de mim também. Me deixei transformar-se em coisa... Me vi bolsa pendurada em mesas de bar, Banco de carro dormindo em estacionamentos, Travesseiro acolhedor de sonos profundos. Um dia escorreguei da mesa, acordei... Aos poucos fui me dando conta: Exilado de mim, sequer conseguia sentir quando aquele vento soprava de novo em minha