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Mostrando postagens de agosto 19, 2008

Cordel: quando Zé da Luz tornou-se celebridade cultural

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O Cordel do Fogo Encantado aportou pela cidade do Sol sábado passado e fez seu espetáculo. Mais uma vez mostrou sua "verdade" no palco com força e a total cumplicidade da platéia. Não gostaria de comentar o espetáculo em si simplesmente porque já os vi quatro vezes. A ótima impressão da primeira vez acaba por condicionar os olhares seguintes e, no final das contas, não é objetivo desta nota dizer se eles são bons ou não. Basta apenas constatar que mesmo sem freqüentarem emissoras de rádio e TV eles já têm um público fiel capaz de lotar qualquer espaço que caiba mais de 2 mil pessoas. Vi isso em João Pessoa e Brasília. O que gostaria de comentar mesmo (e é essa a razão do título da nota) é a capacidade que esses meninos tiveram de transformar Zé da Luz (paraibano que morreu no Rio de Janeiro trabalhando como sapateiro, tendo alcançado apenas a 4a. série primária) numa celebridade. Em todos os espetáculos do Cordel, é impossível que eles não cantem "Chover" (uma ode à

A morte e a vida em Dorival Caymmi

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A morte de Dorival Caymmi será lembrada por muitos, por muito tempo. Sua contribuição à música popular brasileira será sempre enaltecida. Minha formação musical, forjada nos sertões urbanos de Caicó, não incorporou a sua obra. Nasci e cresci sem conhecer Dorival senão pelas meteóricas aparições suas em programas de televisão, seja como entrevistado, seja como objeto de homenagens. Assim, não tenho como falar de suas qualidades musicais ou tecer comentários qualificados sobre sua obra. Minha referência dele se relaciona a um comentário singelo feito por ele numa entrevista quando foi perguntado sobre qual seria sua maior alegria como músico e ele, simplesmente, disse que ficaria realizado se suas músicas perdurassem cantadas na boca do povo como domínio público, reproduzidas geração a geração sem que ninguém soubesse a origem e a autoria. Fiquei encantado e emocionado com a aparentemente inusitada resposta porque ela sintetizava sua perspectiva do jogo da vida e da morte da obra humana.