Memórias da bêbada e desequilibrada ditadura...
Esta semana que se encerrou teve como marca a passagem dos 45 anos do golpe civil-militar de 1964. Sou de uma geração que quando começou a protagonizar a consciência de inserção no mundo a ditadura militar já estava em frangalhos. Os exilados já estavam voltando ao país. As greves do ABC paulista e as eleições de 1982 já tinham decretado a decrepitude do regime. Trocando em miúdos (e entregando a idade...rs): quando Tancredo Neves ganhou a eleição no Colégio Eleitoral, eu ainda estava com meus 16 anos...pronto! Os desmemoriados, se quiserem, abram seus livros de História do Ensino Médio e vejam em que ano foi isso... Mas o que eu quero assinalar é como determinados pequenos fatos, quando rememorados à luz de uma análise que só o tempo nos fornece, adquirem dimensões não percebidas no momento em que foram acontecidos. Então eu contarei um pequeno episódio que retrata uma das presenças da ditadura no universo de uma pequena cidade do interior, a partir dos olhos de uma criança de 9 ou 10