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Mostrando postagens de outubro, 2010

Um novo diálogo poético

Tenho uma grande amiga poeta, Rosa de França, que já ganhou prêmios e publicou seus escritos. Em outra postagem (sobre a morte de Saramago e Dona Militana) ela enviou um texto que publiquei junto com um "diálogo" meu com o texto (para ler, acessar http://quixotesforrosebaioes.blogspot.com/2010/06/de-uma-vez-sosaramago-e-militana.html ). Pois bem. Eis que ela me enviou recentemente uma de suas poesias "E eu que não posso!", que publico agora, com um diálogo que resolvi estabelecer, provocado pela beleza do escrito. Não tenho a mesma competência dela, nem sei se terei fôlego (e inspiração) para sustenta-lo. Mas aí vai o poema dela e um primeiro diálogo que produzi. E EU, QUE NÃO POSSO! Quem, cheiro de rosas, tem, Se não as moças da vila? Moça-atrevida Moça-que-namora Moça-de-roda-de-samba Moça-cabelo-de-fita Moça-de-bordado-fino Moça-parteira-das-outras Moça-que-nunca-se-inspira Moça-de-estudo-tão-pouco Moça-que-espera-o-destino Seis, que desfilam às

No meio de tudo...um belo texto sobre Tango

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Fui conduzido a ler um belo texto de Mario Sabino, publicado na Folha de São Paulo em 19 de setembro...belíssimo...para quem, como eu, adora ouvir Piazolla (o tango jazzístico) e o Projecto Gotan (o tango contemporâneo, com pitadas eletrônicas), o texto é de uma precisão poética solene. Então, deliciem-se com o texto, cujo título é: "O que faz de um tango um tango". "O que faz de um tango um tango não são as letras lamuriosas. O que faz de um tango um tango não é o Gardel morto que canta cada vez melhor. O que faz de um tango um tango não são os passos ensaiados na tradição. O que faz de um tango um tango não é a orquestra com o ar cansado de quem tudo já viu. O que faz de um tango um tango não são as pernas altas da dançarina, calçadas em meias pretas. Não é seu cabelo preso ora com flor, ora com fita. O que faz de um tango um tango não é o chapéu antigo do dançarino. Não são os seus sapatos lustrosos. Não é o seu terno de risca-de-giz. Não é o seu lenço dobra

IFRN: depoimento de um professor e de um ex-futuro aluno.

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Recebi via email um depoimento atribuído ao professor Gilson Gomes de Medeiros, do IFRN. Eu não o conheço. E resolvi publica-la porque além de estar de acordo com seu conteúdo, me fez lembrar a "relação" que tenho com o IFRN desde a época em que era ETFRN. Quando tinha 13 anos, o desejo de sair de Caicó (onde nasci) para conhecer outras pessoas, viver outras experiências e construir um futuro melhor do que a cidade me oferecia se traduzia em ser aprovado na seleção da (então) ETFRN. Não era algo que meus pais gostassem muito, face a conseqüência de que eu sairia de perto deles tão jovem. Mas lá fui eu fazer a seleção. Não fui aprovado. E a "fuga" para outro lugar aconteceu quatro anos depois, quando passei no vestibular em Ciências Sociais, na UFRN, em Natal. Estou a relatar isso, porque alguns colegas meus da escola pública onde estudei sequer puderam fazer a seleção, porque não tinham como se deslocar até Natal, ou mesmo, não havia nenhuma possibilidade de terem

Que política cultural queremos?

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Nestas eleições está colocada uma disputa em torno da política cultural. Não é algo que seja discutido amplamente, objeto de perguntas e respostas em debates televisivos, mas quem está no ramo sabe que há, sim, um jogo pesado, pois por mais que os recursos para o financiamento público da cultura em nosso país seja menos do que deveria ou que os protagonistas do setor desejassem, também é verdade que dependendo de quem chegar na presidência da república esses poucos recursos podem ser bem ou mal geridos. E o que sustenta uma boa ou má gestão é a qualidade das propostas (e de sua execução) em termos de política cultural. Nesse sentido, é que posto aqui algumas matérias que circulam pela net e que ajuda aos duvidosos eleitores que se preocupam com a área cultural a pensarem numa opção. Não foi uma escolha neutra, pois em política não há neutralidade. Voto em Dilma e, portanto, ao postar o que estou postando estou apenas justificando (da maneira a mais qualificada possível) a escolha. E e

Os spams, as eleições e a dúvida metódica

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Desde que o processo eleitoral começou a chegar a seu momento decisivo a minha caixa de mensagens (e de milhões de brasileiros conectados na rede) foi tomada de mensagens do mais baixo nível, detonando as principais candidaturas postas à nossa escolha. Pelas minhas contas, a candidatura da Dilma foi a mais achincalhada (e dizem que sua ida ao segundo turno tem uma pitada do efeito dessas mensagens, chamadas de "spams"). Visitando o sítio do Sakamoto ( http://blogdosakamoto.uol.com.br/ ) li uma postagem dele que não apenas é útil para nos prevenirmos dessas mensagens, mas nos fornece orientações de como "lermos" o que circula na internet. Resolvi postar aqui para aqueles que não tiveram a oportunidade de lê-lo, acompanhado de um conselho a todos e todas: o exercício do princípio cartesiano de que nada pode ser considerado verdadeiro até que nosso exercício da dúvida metódica não lhe dê esse atributo. E a dúvida metódica implica em investigar, pesquisar com cuidado e

Uma crônica para Marina, de Maurício Abdalla

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Anda circulando na internet uma crônica do prof. Maurício Abdalla sobre o atual momento da Marina Silva. Como achei bem escrita e toca em aspectos centrais do significado da candidatura dela, dos votos recebidos e das opções postas neste segundo turno da eleição presidencial, penso oportuno publica-la. Abraços a todos e todas... MARINA...VOCÊ SE PINTOU? por Maurício Abdalla [1] Marina, morena Marina, você se pintou diz a canção de Caymmi. Mas é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher, militante, ecológica e socialmente comprometida com o grito da Terra e o grito dos pobres , como diz Leonardo. Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira pedra no que diz respeito a escolhas partidárias? Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar. Não pela causa que defende, não pela

Manifesto dos Reitores de Instituições Federais de Ensino

Os reitores das principais instituições federais de ensino público divulgaram um Manifesto sobre o futuro do país e a educação que se deseja, face ao momento eleitoral que estamos vivenciando. Divulgo-o porque concordo em linhas gerais com suas afirmações. Abraços a todos e todas EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO Da pré-escola ao pós-doutoramento – ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional – consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad. Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda;