Para ouvir Nelson Cavaquinho, depois de amanhã
Enquanto escrevo essas linhas, escuto “Juízo Final”, de Nelson Cavaquinho. Não sou analista político. Este não é meu ofício. Faço prognósticos sobre o futuro com o mesmo rigor de qualquer torcedor antes de seu time iniciar uma partida de futebol. Às vezes, acerto e me orgulho. Às vezes erro fragorosamente e tento ajustar a mira. Mas, o aprendizado em minha militância política (mais efetiva nos tempos difíceis em que defender o PT numa disputa eleitoral era algo, no mínimo, exótico), com gente, vivências e leituras, alimentam minha intuição. Tudo o que escrevo a seguir é produto disso, neste momento em que muitas pesquisas apontam a vitória da candidatura de Lula à presidência, em meio a um processo turbulento em que até a realização das eleições foi posta em dúvida. Do ponto de vista da lógica do título deste escrito, este é o nosso “hoje”. O “ontem”, aos meus olhos com alguma perda de visão, amanheceu com a emergência explosiva, vigorosa e organizada, de um fascismo que era latente,