Os nonos dias de maio há muito não são os mesmos


A saudade não pede licença. Chega e pronto. E você tem que se virar com ela. Fazer alguma coisa com ela antes que as pessoas percebam seu estado de alteração de alma e espírito. Há cerca de 40 dias estava eu numa banca de concurso avaliando provas e com esta inquietação revoltando meu dia. Num súbito, a "presença" do meu querido Expedito Araújo, havia tomado conta da minha presença naqueles instantes e só sossegou quando eu escrevi o poema abaixo, Se ele estivesse fisicamente presente entre nós, hoje seria dia de beber, gargalhar, ouvir sambas e se divertir com sua diversão. Estaríamos celebrando seu aniversário.


Velho Marinheiro,
que mares alegras hoje?
Que tempestades
estarão sendo amansadas
pelas suas histórias?
Em que salões de beira de cais
suas pernas expeditas
estarão sambando, tangando,
encantando plateias anônimas?
Para que mulheres
estarás, hoje, desfilando
sua displicente simpatia?
Apenas um norte
minha bússola bamba aponta:
a imensidão oceânica
de minha saudade veleira,
certa de que deves estar
em algum porto
rodeado de gente,
tomado de gargalhadas alcoolicas,
companheiras e coloridas.
Em algum deles,
Lá no fim da minha vida,
nos veremos de novo...certamente.

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