Fragmento de uma leitura recente: a Yelda
"No afeganistão, a Yelda é a primeira noite do mês de jadi , a primeira noite do inverno, e a mais longa do ano. Como mandava a tradição, Hassan e eu ficávamos acordados até mais tarde, com os pés enfiados debaixo do kursi , enquanto Ali atirava cascas de maçã no fogareiro e nos contava velhas histórias de sultões e de ladrões para passar o tempo dessa noite que era a mais comprida de todas. Foi por meio de Ali que fiquei conhecendo a tradição da yelda , daqueles meses enfeitiçados, que se precipitam para as chamas das velas, e dos lobos que sobem ao alto das montanhas em busca do sol. Ali jurava que quem comesse melancia na noite da yelda não sentiria sede durante o verão seguinte. Quando fiquei mais velho, li nos meus livros de poesias que a yelda era a noite sem estrelas em que aqueles que sofrem por amor permanessem acordados, suportando a escuridão interminável e esperando que o nascer do sol traga consigo a pessoa amada." (Khaled Hosseini, "O Caçador de pipas&qu