E o aumento de salário deles?!

Além de se acharem no direito de recriminarem a ação livre dos movimentos sociais no sentido de que a Mesa Diretora (e a Comissão de Ética) da Câmara sejam compostas por vereadores "ficha limpa", os nobres edis ainda querem conceder reajustes (muito) acima da inflação para o próximo período. O projeto de lei, de autoria da atual Mesa Diretora da Câmara Municipal de Natal, reajusta em mais de 105,1% os salários do prefeito, vice-prefeito, vereadores e secretários municipais. No momento em que escrevo este comentário, o projeto deve estar sendo votado. A aprovação em primeira discussão ocorreu na semana seguinte às eleições, sem que o projeto entrasse na ordem do dia e sem que todos os vereadores tivessem ciência de que a matéria havia sido deliberada.
Os valores são uma imoralidade: alguns salários serão superior ao que recebe atualmente o Presidente da República!
Reproduzo aqui trechos da matéria da Tribuna do Norte que nos dão uma idéia de quão "profundo" e plenos de "espírito cívico" foram os debates sobre o assunto:

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A sessão na Câmara demorou para começar ontem. Só por volta das 10h30 os primeiros vereadores foram aparecendo no plenário. E em geral a resposta era a mesma: não sabiam responder se eram contra ou a favor porque não tinham conhecimento do projeto de reajuste. O debate só começou quando Fernando Lucena (PT) foi para a tribuna da Casa e começou a discursar contra o reajuste. “eu vou querer esse mesmo aumento para os servidores de Natal”, afirmou. E acrescentou minutos depois: “Isso está cheirando a maracutaia da grande”.
O vereador Luís Carlos (PMDB) cobrou transparência e chamou a atenção para o fato da proximidade com a eleição para a presidência da casa. Hermano Moraes (PMDB) cobrou ética e lembrou que a Casa deve satisfação à sociedade. Renato Dantas disse que os salários deveriam ser bons mesmo para superar a mediocridade. Júlio Protásio afirmou que era contra. Enildo Alves opinou que a Comissão Especial de Investigação (CEI) sobre a Sáude Municipal é que merecia atenção da imprensa (“tem de aumentar mesmo”).
Adão Eridan declarou que votaria contra porque “é um absurdo”. E o Bispo Franciso de Assis disse que não seria contra se fosse ilegal. Carlos Santos disse no início da sessão que não sabia do que se tratava. E depois, calado permaneceu. Franklin Capistrano afirmou ser contra.
Ainda durante a sessão foi feita a sugestão de ouvir a opinião da prefeita eleita Micarla de Sousa opinasse sobre a proposta. A candidata, por meio de sua assessoria, preferiu não entrar na discussão.
Em nome do interesse público e da indignação popular, esperemos que o atual prefeito vete a matéria e que a prefeita eleita, borboletei nesses mesmos ventos e tenha coragem (ela repetiu esta expressão zilhões de vezes durante a campanha) de mobilizar-se contra isso.
Mas, antes de tudo, é fundamental que a população se mobilize e pressione todos eles contra este projeto.

Comentários

Anônimo disse…
A cara de pau é impressionante. Daqui a pouco dirão que até mesmo os vereadores que propuseram o projeto são contra.
Abraço, cadê você no futebol?

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