Cotas e contas...DESEMPENHO DE COTISTAS FICA ACIMA DA MÉDIA
Em minhas aulas, vez por outra, a questão das cotas aparecem como grande polêmica...vez por outra, dedicamos um tempo para trocar impressões - eu e a turma - e sempre ficamos com a sensação de que o tempo foi curto ou que mais argumentos faltaram para compor um quadro que nos ajude a refletir mais sobre a questão. Sobre isso, publico aqui matéria originalmente publicada n'O Estado de São Paulo, dia 17 de julho passado. Ilumina alguns aspectos da questão, inclusive o tradicional argumento de que os beneficiários das cotas "rebaixariam" o nivel da formação oferecida pelas instituições educacionais e, consequentemente, o nível dos profissionais formados, trazendo prejuízos à toda a sociedade que teria que conviver com profissionais de "baixa qualidade". O processo de aprendizagem é dinâmico (quase todos os pedagogos e psicólogos contemporâneos atestam isso) e aquele que hoje está em um nível "não aceitável" para determinado padrão avaliativo, em um momento posterior, face um determinado estímulo, pode superar esse nível e alcançar um outro "padrão". Compreender isso é um desafio tanto às mentes pedagógicas tradicionais, que entendem como "natural" e "inevitável" que haja uma incapacidade de aprendizagem de quem não está em determinado padrão de aprendizagem (dada sua origem social), como também para aqueles que "vitimizam" as pessoas oriundas das camadas excluídas de nossa sociedade e defendem uma postura condescendente com as dificuldades de superação que normalmente apresentam ao entrar nas instituições educacionais.
Abraços.
"Desempenho de cotistas fica acima da média
17 de julho de 2010
http://www.estadao. com.br/estadaode hoje/20100717/ not_imp582324, 0.php
Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo
Estudos realizados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) mostraram que o desempenho médio dos alunos que entraram na faculdade graças ao sistema de cotas é superior ao resultado alcançado pelos demais estudantes.
O primeiro levantamento sobre o tema, feito na Uerj em 2003, indicou que 49% dos cotistas foram aprovados em todas as disciplinas no primeiro semestre do ano, contra 47% dos estudantes que ingressaram pelo sistema regular.
No início de 2010, a universidade divulgou novo estudo, que constatou que, desde que foram instituídas as cotas, o índice de reprovações e a taxa de evasão totais permaneceram menores entre os beneficiados por políticas afirmativas.
A Unicamp, ao avaliar o desempenho dos alunos no ano de 2005, constatou que a média dos cotistas foi melhor que a dos demais colegas em 31 dos 56 cursos. Entre os cursos que os cotistas se destacaram estava o de Medicina, um dos mais concorridos - a média dos que vieram de escola pública ficou em 7,9; a dos demais foi de 7,6.
A mesma comparação, feita um ano depois, aumentou a vantagem: os egressos de escolas pública tiveram média melhor em 34 cursos. A principal dificuldade do grupo estava em disciplinas que envolvem matemática"
Abraços.
"Desempenho de cotistas fica acima da média
17 de julho de 2010
http://www.estadao. com.br/estadaode hoje/20100717/ not_imp582324, 0.php
Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo
Estudos realizados pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e pela Universidade de Campinas (Unicamp) mostraram que o desempenho médio dos alunos que entraram na faculdade graças ao sistema de cotas é superior ao resultado alcançado pelos demais estudantes.
O primeiro levantamento sobre o tema, feito na Uerj em 2003, indicou que 49% dos cotistas foram aprovados em todas as disciplinas no primeiro semestre do ano, contra 47% dos estudantes que ingressaram pelo sistema regular.
No início de 2010, a universidade divulgou novo estudo, que constatou que, desde que foram instituídas as cotas, o índice de reprovações e a taxa de evasão totais permaneceram menores entre os beneficiados por políticas afirmativas.
A Unicamp, ao avaliar o desempenho dos alunos no ano de 2005, constatou que a média dos cotistas foi melhor que a dos demais colegas em 31 dos 56 cursos. Entre os cursos que os cotistas se destacaram estava o de Medicina, um dos mais concorridos - a média dos que vieram de escola pública ficou em 7,9; a dos demais foi de 7,6.
A mesma comparação, feita um ano depois, aumentou a vantagem: os egressos de escolas pública tiveram média melhor em 34 cursos. A principal dificuldade do grupo estava em disciplinas que envolvem matemática"
Comentários
Eu acredito que matérias como esta precisam ser divulgadas e discutidas com a população. Minha irmã entrou pelo sistema de cotas da UFBA e foi a segunda colocada em desempenho no final do curso. O sistema de cotas é um mecanismo da inclusão.
Um abraço Jalmira