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Mostrando postagens de maio, 2009

Desligados...(um microconto escrito um tanto desligadamente)

Formavam um casal de “desligados”...os amigos colecionavam as várias histórias protagonizadas por cada um deles em que sempre havia um esquecimento, um combinado não cumprido, um atraso num compromisso agendado, inevitáveis esquecimentos de endereços de entes queridos, sempre se perdiam à procura da casa de alguém...sempre trocavam nomes de pessoas conhecidas...enfim...eram feitos um para o outro porque eram muito parecidos...Assim, não foi surpresa quando resolveram se casar. Mas, diziam a todos, não teriam filhos tão cedo. Queriam aproveitar a vida. Viajar. Conhecer lugares exóticos...Antes de um ano de casados anunciaram que em breve seriam pai e mãe. Os amigos não entenderam. Por que haviam mudado de idéia? Não. Não foi nada disso...Numa noite escura – quando o último preservativo dormia cansado num canto do quarto - no afã de manterem-se ligados na ideia contraceptiva, resolveram fazer sexo anal...confundiram onde exatamente estavam brincando e...Bem...ainda hoje não entendem como

Politização do judiciário?

Dando continuidade às últimas postagens onde tento refletir sobre os impasses jurídicos e administrativos que impedem determinados projetos do Governo em se efetivar, posto aqui uma mensagem que circula entre algumas caixas postais eletrônicas nos oferece uma boa pista para entender o movimento de paralisação de algumas ações do Governo Lula. Eu, como tantos outros colegas de universidades, coordeno projetos cujos recursos têm origem no governo federal e nos vemos impedidos de dar prosseguimento às atividades em face da emergência unilateral e impositiva de pareceres jurídicos, Acórdãos e tantas outras regras que adquirem força de lei e arbitram nossas ações. Não fomos consultados. Não perguntaram (ou não quiseram perguntar) como isso afetaria o andamento das atividades. Qual o impacto dessa paralisia junto às populações diretamente envolvidas com os projetos já em andamento. Não sou contra as ações e normas de moralização da gestão de recursos públicos, mas sob o manto dessas ações es

Ainda sobre o quebra-cabeça da paralisia do PRONERA: a peça chamada Gilmar Mendes

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Posto aqui a entrevista do jurista Dalmo Dallari sobre as posições (assumidamente políticas) do Ministro Gilmar Mendes. A entrevista foi publicada pela Revista Fórum (não deixem de sempre fazerem uma visitinha lá: www.revistaforum.com.br). O teor das opiniões emitidas pelo reconhecido jurista apenas reforçam o que está por trás (ou pela frente) das decisões do Poderoso Chefão da nossa justiça. "O ministro Gilmar Mendes tem se comportado como político", afirma jurista Por Camila Souza Ramos [Quinta-Feira, 7 de Maio de 2009 às 13:37hs] Ontem, 6, um conjunto de manifestações simultâneas em três capitais brasileiras pediu a saída do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de seu cargo. Em Brasília, o ato chegou a reunir cerca de quinhentas pessoas, que acenderam cinco mil velas e caminharam da Praça dos Três Poderes até o prédio do STF. Esta é a primeira vez na história brasileira que ocorre uma mobilização significativa nas ruas protestando contra um membro do P

Há política por trás da paralisia do PRONERA?

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O nosso curso Pedagogia da Terra da UFRN encontra-se atualmente numa crise de imobilidade devido ao não repasse de recursos por parte do INCRA, igualmente paralisado (e prisioneiro) do entendimento de determinados setores internos que insistem em recusar que estudantes e professores que atuam no projeto possam receber algum tipo de auxílio financeiro pela participação nesse projeto. Os alunos não tiveram aula em Janeiro (quando deveria ter tido início o semestre 2009.1), muito menos foram realizadas as atividades nos assentamentos durante os meses seguintes, e as atividades que dariam início ao semestre 2009.2 (previsto para julho) estão ameaçadas em face da paralisia imposta pelo impasse. Por um lado, há um acórdão do TCU que proíbe as Fundações (como a nossa FUNPEC aqui na UFRN) repassarem recursos aos professores e estudantes na forma de bolsas de ensino ou extensão ou pesquisa, contradizendo e reduzindo a pó os planos de trabalho aprovados há dois anos nos termos dos convênios as

Um surto poético

Andei em falta com os que visitam este espaço devido ao grande acúmulo de tarefas e de trabalho. Para não passar em branco estou postando um atentado poético - um surto, melhor dizendo - feito num repente, pouco antes do início de uma reunião numa sala da Pró-Reitoria de Extensão da UFRN...uma súbita inspiração que se explica, como possibilidade mais provável, pela proximidade com o amigo jornalista (e poeta) Ruy Alckmim (Presidente do Poesia Esporte Clube) que encontrava-se ali ao meu lado na dita reunião. Após o surto poético, passei para ele o escrito num pequeno pedaço de papel. O querido parceiro teve a ombridade (e coragem! rsrs) de guardá-lo e, recentemente, o enviou pelo meu endereço eletrônico me possibilitando sua publicação, já que eu imaginava que o fim daquele surto (como tantos outros) era sair voando e sumir no âmbito da estratosfera. Obrigado ao Ruy. Abraços a todos. Crash!!! Poww!!! Bumm!!! Combato Seu parnasianismo prosopopéico a golpes de minha poética onomatopéica.

Os Encontros Teatrais de Augusto Boal, Última Parte

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Encerro, aqui, a minha singela homenagem a Augusto Boal, publicando um segundo pedaço de um texto dele, introdutório à obra "O Arco-íris do desejo". Abraços a todos e todas...e a ele onde estiver. “No Peru, onde estive trabalhando no ano de 1973, num programa de alfabetização através do teatro, comecei a usar uma nova forma de teatro, à qual chamei de “Dramaturgia simultânea”. Consistia basicamente nisto: apresentávamos uma peça contendo um problema ao qual queríamos encontrar uma solução. O espetáculo se desenvolvia até o ponto da crise, até o momento em que o Protagonista devia tomar uma decisão. Aí parávamos e perguntávamos aos espectadores o que deveria ele fazer. Cada um dava a sua sugestão. E os atores, no palco, improvisavam uma por uma, até que todas as sugestões se esgotassem. Já era um avanço, já não dávamos mais conselhos: aprendíamos juntos. Mas os atores conservavam “o poder”, o domínio do palco. As sugestões partiam da platéia, mas era em cena que nós os artista

Os Encontros Teatrais de Augusto Boal, Parte 1

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Hoje de madrugada foi registrada a morte física de Augusto Boal, um dos mais importantes homens da história do teatro brasileiro. Não apenas do teatro brasileiro, mas do teatro mundial. Devemos a ele rufadas generosas de renovação no teatro brasileiro e de profunda ligação entre teatro e política. Ele tinha 78 anos, sofria de leucemia e estava internado desde 28 de abril. Gostaria de homenageá-lo publicando um texto dele que sempre me deliciou (cujo conteúdo já conhecia de uma conferência, no auditório da Escola de Música da UFRN) e já me dei ao trabalho de relatá-lo a amigos e colegas. Trata-se da introdução ao livro "O Arco-íris do desejo" (Ed. Civilização Brasileira), intitulada "As Razões deste livro: meus três encontros teatrais", em que ele relata e analisa momentos do seu processo de reflexão sobre o fazer teatral. Não sou da área, mas o texto é delicioso e nos faz pensar sobre muita coisa: atitudes, relações com os outros e conosco mesmo...nossas implicaçõe