...e nasceu o Maxombe...

Dia 08 de dezembro, junto com meu filho mais velho mais lindo que tenho (Cainã), Marianinha Morena e uma meninada de dois projetos ligados às atividades do Pau e Lata, acompanhamos três amigos argentinos (Vitor, Rodrigo e Marcos) para uma visita ao Assentamento Modelo II, onde desenvolvi minha pesquisa de doutorado e fiz muitos amigos queridos. Lá, os argentinhos desejavam conhecer um assentamento de reforma agrária e fazer uma atividade pedagógica com percussão, além de mostrar o ritmo que divulgam por onde passam: o Candombe, ritmo de origem africana que se entranhou na cultura da região do Prata (Uruguai e Argentina) pelos negros de lá (é...por lá tem negros sim, mas o porque de serem tão invisíveis não dá para explicar aqui e agora)...
De modo que ao chegarmos encontramos a Banda Filarmônica de lá (a Ecos da Terra, sob a regência de meu amigo e grande músico Ubaldo Medeiros) ensaiando para uma apresentação que fariam na segunda à noite na colação de grau da turma do Magistério da Terra, em Ceará Mirim.
Eis que após os argentinos terem assistido a Banda Filarmônica foram mostrar um pouco do Candombe...No meio da batucada argentina, o Maestro Ubaldo sinaliza para a Banda para tocar um maxixe...e o que vi/vemos ali foi uma superposição de ritmos, totalmente harmônicos...o maxixe e o candombe se casaram e ficamos lá abestalhados assistindo aquele parto maravilhoso...
Dia 08 é o dia consagrado a Nossa Senhora da Conceição...em alguns lugares o candomblé a representa como Iemanjá, mas no sertão a associam a Oxum, orixá das águas doces...fiquei pensando que num assentamento como aquele cujo maior problema é a falta d'água, a data de nascimento do maxombe veio bem a calhar, dia de Oxum...Que isso seja um bom sinal para Modelo II e para os músicos de lá.

Comentários

dra.neurawm disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Pimenta disse…
Ouço falar que as redes sociais, blogs e outros do gênero nem sempre traduzem a verdade, distorcem, desvirtuam... Todavia, penso que tudo na vida tem dois lados: o positivo e negativo. Assim, prefiro perceber sempre o positivo sem ignorar o negativo, uma vez que existe de fato, porém como nada acrescenta, deixou-o no seu lugar (NADA)... Enfim, essa TEORIA não se aplica ao quixotesforrosebaioes.blogspot.com.br, pois todas às vezes que leio um texto ou poesia de sua autoria, constato que meus conhecimentos, anteriormente tão limitados, estão gradativamente se alargando, estão ganhando uma amplitude surpreendente... Pois veja, não sabia que o casamento entre o maxixe e candombe resultaria no parto maravilhoso do maxombe, incrível não??? Uma mistura cultural impressionante... Ao ler seus textos/poesias sinto implicitamente sua essência (inquietude, incompletude, DOÇURA, um espírito extremamente questionador/argumentativo, ou seja, SEDENTO)... Diante do exposto, partilho a citação de André Maurois que expressa exatamente o que sinto ao ler seus textos/poesias (escritos) “a leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde”... Parabéns pelo POETA que é e pelos textos tão bem escritos. Sucesso sempre!!!

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