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Mostrando postagens de julho, 2010

Um dia solto no céu

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Bom final de semana a todos e todas. O escrito abaixo nasceu no meio de uma reunião em um assentamento. Às vezes acontece isso comigo: me ausento de uma dada situação (normalmente quando muitas informações circulam, barulhentas ou não) e ao me focar em algo viajo e de um lugar interior que não sei onde é, pululam frases soltas que vão sendo costuradas e tecidas como se um Outro assumisse o controle de minhas mãos...E lá vai uma poesia saindo...Beijos. Saí de mim. Andei por novas veredas. Desafiei demônios. Recompus meus estoques afetivos e emocionais. Amores teimosos, indolentes e desafiadores. Medos vencidos, sonhos proclamados, entrei no céu e umedeci asas de anjos. Abri trilhas nas nuvens. Nadei desejos, palavras e promessas doces. Jorrei chuvas, então, e olhei, extasiado, delicadas pétalas de rosas, emaranhadas em cheiro de terra molhada, emergirem como um sopro vulcânico, brincantes como as burrinhas dos reisados, amantes como as mulheres de Chico, nervosamente

Cotas e contas...DESEMPENHO DE COTISTAS FICA ACIMA DA MÉDIA

Em minhas aulas, vez por outra, a questão das cotas aparecem como grande polêmica...vez por outra, dedicamos um tempo para trocar impressões - eu e a turma - e sempre ficamos com a sensação de que o tempo foi curto ou que mais argumentos faltaram para compor um quadro que nos ajude a refletir mais sobre a questão. Sobre isso, publico aqui matéria originalmente publicada n'O Estado de São Paulo, dia 17 de julho passado. Ilumina alguns aspectos da questão, inclusive o tradicional argumento de que os beneficiários das cotas "rebaixariam" o nivel da formação oferecida pelas instituições educacionais e, consequentemente, o nível dos profissionais formados, trazendo prejuízos à toda a sociedade que teria que conviver com profissionais de "baixa qualidade". O processo de aprendizagem é dinâmico (quase todos os pedagogos e psicólogos contemporâneos atestam isso) e aquele que hoje está em um nível "não aceitável" para determinado padrão avaliativo, em um moment

TRAJETÓRIAS E TRAGÉDIAS...

Em meio ao noticiário policial da moda... Ele...negro e pobre...estudava de dia e frequentava as atividades de um projeto social executado por uma ONG num bairro de periferia de uma metrópole do sul do país. Nunca havia ganho, sequer, um velocípede de presente dos pobres pais. Ela...branca, como a maioria das meninas que nascem no Sul do país...estudou em escola pública também, já que os pais não tinham como sustenta-la em escola privada. Sonhava em ganhar uma Barbie de presente de aniversário. Ele...logo cedo, seus atributos no mais popular esporte do país começaram a aparecer...bom de bola, percebeu que nesse ambiente poderia alcançar uma qualidade de vida que seus pais jamais alcançaram, nem seus antepassados mais distantes... Ela...logo cedo, percebeu que seus (belos) atributos físicos poderiam dar-lhe oportunidades e abrir portas cujos resultados poderiam ser, sim, uma melhoria de qualidade de vida que poucas meninas da sua idade teriam...com o apoio das professoras da escola

Muitas Felicidades a Carlos Caetano!

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Mais uma Copa do Mundo que passa e andando pelas ruas vejo os rostos um tanto tristes e lamentosos, pintados pelas tintas de um patriotismo que só a Copa do Mundo (na falta de guerras) revela. Sinceramente não entendo a tristeza. As pessoas continuam vendo a seleção de futebol da CBF como se fosse "a seleção brasileira", isto é, a reunião dos melhores jogadores em atividade por alguém que representa ou sintetiza esse reconhecimento. Não é bem assim, sabemos. Talvez nunca tenha sido. E sabemos que qualquer um que ocupasse o posto de treinador da seleção sofreria todas as pressões que o técnico brasileiro sofreu e teria que conviver com a pergunta em forma de cruz "por que não escalou...fulano?". Quando me perguntavam por quem eu estava torcendo eu respondia que em cada grupo havia uma preferência. Em princípio poderia parecer uma resposta reveladora de uma artimanha dos que tem medo ou vergonha de perder ou sofrer com as derrotas. Mas àqueles que perguntavam por qu