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A morte de Chagas, mito do futebol de Caicó

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Transcrevo aqui palavras do meu querido Ailton Medeiros segundo o qual o "Negro Chagas" foi o melhor jogador do mundo que não viu jogar. O pai de Ailton - que o viu em campo desfilando com a camisa 10 do Caicó Esporte Clube - dizia que Chagas era uma lenda: meia-esquerda, driblava como Pelé, chutava com os dois pés, era ótimo assistente e um exímio cobrador de falta. Escreveu belos gols e desenhou jogadas memoráveis pelos campos empoeirados de Caicó, deixando bestificados os amantes do esporte bretão naquela cidade. O velho pai de Ailton contava extasiado que ele havia inventado a "folha seca" antes de Didi, um dos maiores da história do futebol brasileiro e mundial. Algo que apenas me confirma que ao contrário de quem tem seus olhos históricos aprisionados nas narrativas das metrópoles e dos vencedores, feitos geniais e os gênios que os protagonizam podem muitas vezes nascerem simultaneamente em lugares distintos e improváveis, apenas que àqueles a quem o destin

Pequena autobriografia belchioriana

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Um dia, pensei que preferia e precisaria andar sozinho. E disse para deixarem eu decidir a minha vida. Já não precisava que me dissessem de que lado nascia o sol, lá batia o meu coração. Na cidade do sol. Havia uma tristeza no ar. Mas eu era ainda muito moço pra tanta tristeza. Deixei coisas. Cuidei da vida, antes que chegasse a morte ou coisa parecida, chegasse e me arrastasse moço sem ter visto a vida. Ao chegar em Natal não era muito mais que apenas um rapaz latinoamericano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Resolvi ficar na cidade e não voltar pro sertão, pois via vindo no vento o cheiro de novas estações para mim e para o mundo. Buscava a paixão fundamental, edípica e vulgar, de inventar meu próprio ser. Algumas vidas entraram em mim como um sol no quintal, houve amores profundos, transas casuais. Gozei em céus e infernos. Fiz canções corretas, brancas, suaves, muito limpas e leves, mas também vocalizei sons, palavras como navalhas, porque e

A vitória da cidadania poética ou da poética cidadã

Publicado em:  http://www.cnj.jus.br/tecnologia-da-informacao?catid=0&id=82387 Um consumidor conseguiu uma solução pacífica para um problema de vazamento de água junto à Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), na esfera administrativa, sem a necessidade de se buscar o Poder Judiciário. A forma inusitada e amigável com que se deu a conciliação chamou a atenção da empresa: o consumidor elaborou um requerimento relatando o problema em forma de poesia, com 40 estrofes rimadas, e da mesma forma recebeu a resposta da empresa (veja ao final). A conciliação é um método utilizado em conflitos mais simples, no qual o terceiro facilitador pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra e imparcial com relação ao conflito. É um processo consensual breve, que busca uma efetiva harmonização social e a restauração, dentro dos limites possíveis, da relação social das partes. Prática incentivada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a conciliação vai ao encontro da

METALINGUAGEM

Eufórica, Convicta, Determinada, A alfabetizadora Expõe e escreve na lousa O novo desafio alfabético D. Maria, Olhar atento, Raciocínio rápido, Tirocínio agudo, Com sua voz pausada, firme e linear Soletra: Pê-á-ene-é-ele-á... Ca-ça-lo-ra!